Já lá vai algum tempo que nada se escreve por aqui, será possível que nada se tenha passado digno de ser contado?
As últimas aventuras foram do lado do Atlântico, e do Indico nada que mereça a nossa atenção?
Entendo que grande parte destas aventuras já sejam o nosso dia-a-dia, a rotina banal, que descrevê-la já não parece ter significado.
Mas em conversa recente com uma amiga percebi que o que escrevemos por aqui deve em primeira mão ser para aqueles que motivos variados não estão em contacto com esta forma de viver no mínimo peculiar. Por isso vou descrever mais um dia banal por terras Angolanas.
E escrevam qualquer coisa porque se existe um preguiçoso e sem jeito para escrever sou eu.
Um Dia Banal em Angola.
Por norma acorda-se na Bela cidade de Luanda ou outra (É só escolher uma) e deparamos com um problema daqueles que os meus amigos pela Europa e Americas nem sabem que pode acontecer NÃO Há ÁGUA (Pela primeira vez em 37 anos saio de casa sem tomar banho).
Prioridade Tomar Banho carregar o jipe e cá vamos nós, passagem por um dos mais belos edifícios de uma qualquer cidade.
Km´s e mais Km´s, um ambiente no carro digno de dois adultos por tomar banho num clima vamos lá ... Como poderei descrever... quentinho pronto. De repente eureka um duche à vista.
Como é que é possível ficar feliz por ver uma hipótese de tomar banho, mas cá vamos, primeiro banho de imersão para amolecer o pó da viagem...
... Depois um duche rápido que é melhor forma de tirar o Champô do Cabelo.
Soube como 255.255.255.255** Banhos seguidos e com a vantagem de se lavar a roupa ao mesmo tempo, (Espero que a minha mãe não leia isto pois nunca lavei nada na minha vida em casa), depois é só pôr a secar (Claro que isto parece fácil mas só por que não ia nenhuma senhora no carro).
** Intelligent Joke
O ânimo que este banho nos deu é indescritível e como não sabíamos se teríamos água para tomar banho tão cedo resolvemos dar-nos um pouco de luxo por estas paragens e arrancamos para as termas de água quente, talvez as melhores termas do mundo de um requinte e finesse que até apetece descrever em Francês oui oui.
A placa na entrada por si só vale bem a viagem.
E vamos lá a banhos pela segunda vez na mesma manhã e desta vez até temos água QUENTE pra Caraças (Uns 50 Célsius).
Tanta água abriu o apetite, e de que maneira, próximo objectivo, escolha do restaurante, tarefa nada fácil mas com algum treino conseguimos resultados acima da média.
A escolha do cardápio não é fácil mas mais uma vez a fluência em Francês têm um papel primordial nas iguarias escolhidas para o manjar. A curiosidade leva-nos à cozinha para verificarmos a qualidade da confecção da nossa paparoca.
Altura de esperar pela comida ser confeccionada, a vida volta à normalidade, assistindo a um jogo de futebol. Nada de novo a assinalar neste jogo, o Benfica está a perder.
O manjar está servido.
Embora 5 estrelas Michelin o restaurante obrigava que fossem os seus clientes a lavar a loiça, e claro está 2 Tugas, a primeira ideia que tiveram foi arranjar umas amigas para o fazerem...
Riram muito, acharam muita piada mas mais uma vez (Decididamente espero que a minha mãe não leia isto) tive de arregaçar as mangas e fazer algo que pensava que não fosse possível sem uma máquina apropriada.
Com o Final do dia a chegar caí sobre nós o cansaço e a escolha do caminho de regresso, cálculo de rotas, declinação magnética, 2 GPS e o caminho não podia ter sido melhor.